Portugal e sua estranha relação com Cristiano Ronaldo

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013


Recentemente, o jogador Cristiano Ronaldo chegou a cidade de Guimarães, em Portugal, após ser convocado para um jogo da seleção portuguesa. Ao chegar na cidade, vários adeptos receberam-no com gritos de “Messi, Messi, Messi“. Mesmo insatisfeito com o acontecido, o jogador deu autógrafos, mas comentou com os jornalistas: “Que tristeza, meu Deus”.


Pois bem, moro em Portugal há cinco anos e em todo esse tempo sempre estranhei a relação dos portugueses com o jogador Cristiano Ronaldo. Claro que generalizar é burrice, mas não é estranho se tornar notícia em Portugal fatos que envolvem manifestações de desgosto ou até comentários de repudia ao jogador.

Talvez porque no Brasil tenhamos a cultura do futebol, ver um jogador brasileiro se destacar no país ou até no exterior é, por norma, visto como uma vitória. O menino pobre que, com o talento nos pés, fica famoso e multimilionário é quase um objeto de idolatria e o ideal de tantos brasileiros que jogam futebol.
Mas a relação entre Cristiano Ronaldo e seu país parece ser diferente. Obviamente que o CR7 tem inúmeros fãs em Portugal, mas o que me intriga é essa espécie de “ódio coletivo” que igualmente existe contra o jogador.

Já ouvi tanta coisa sobre o Cristiano Ronaldo. Alguns dizem que ele é “muito teatral” ou que “acha-se o melhor”. As vezes ele é simplesmente “paneleiro”, que em português brasileiro seria algo como “viado”.
Também recentemente, na última entrega do prêmio de melhor jogador do mundo pela FIFA, nas redes sociais, os portugueses quase aclamavam uma derrota do CR7 para o Messi. Foram inúmeros comentários de um povo que, ao invés de torcer e enaltecer um jogador de sua pátria e que muitas vezes leva o nome do país para o mundo, torce contra e deseja uma amarga derrota.

E foi assim. Ao perder para Messi, li vários comentários como esse: “Toma lá que é para ver se aprende Ronaldo”.

Eu me questiono se estes portugueses que gritam pela derrota do CR7, no fundo, no fundo, não sentiram uma pequena pontada de não ver seu país representado, mais uma vez, no palco da FIFA.

E o mesmo CR7 que é criticado e odiado, escolhe Portugal para suas férias com a família e também mantem aqui casa e familiares. Só espero que um dia Cristiano não vire as costas para o país que insiste em gritar por “Messi, Messi, Messi”.

FESTAS DE LISBOA '12

sábado, 9 de junho de 2012


Junho já começou e está oficialmente aberto o mês das grandes “FESTAS DE LISBOA 2012”.
Quem acompanha o blog sabe que este é o meu mês favorito em Portugal! Adoro as festas. A cidade se transforma, fica alegre, colorida, popular e muito festiva!

Quem ainda não experimentou Lisboa em festa não sabe o que está perdendo e já é tempo de se atrever! Tente ir pelo menos em uma marcha popular ou deixar-se perder pelos festivos e coloridos corredores de Alfama, comendo inúmeras sardinhas que são grelhadas ali, no meu da rua, com muita música popular, cerveja e sangria!

Aliás, a sardinha é o grande símbolo da festa e já estão enfestando toda a cidade! Aconteceu um concurso onde foram escolhidas as sardinhas desenhadas e que serão as “mascotes” da cidade. Poderão conferir todas no Facebook oficial das FESTAS DE LISBOA 2012.



As programações populares e culturais duram o mês inteiro e eu fiz um apanhado do que poderá encontrar por Lisboa nestes dias.


Os bairros típicos da cidade se organizam e preparam um grande desfile na Avenida da Liberdade, com muitas fantasias, carros alegóricos e mostrando todo o seu orgulho pelo seu bairro. As Marchas Populares são uma espécie de carnaval de Lisboa, com direito a escolha do Bairro campeão das Marchas! A não perder!
Local: Avenida da Liberdade
Datas: 1, 2,3 e 12 de Junho


Música popular, sardinhas grelhadas por todo lado, chouriço e caldo verde! Cerveja e sangria! Casas e ruas decoradas. É a cidade em festa com os Arraias Populares.
Local: Diversos bairros da cidade (eu frequento sempre Alfama, Mouraria e Bairro Alto)
Datas: Praticamente todos os duas de Junho


Dezasseis casais de Lisboa se casam em simultâneo na Igreja da Sé de Lisboa e um evento é transmitido em direto pela RTP, para que todos possam participar desta celebração. No dia 12 de Junho, os chamados casais de Santo António irão se casar civilmente, na presença da sua família e convidados.
Local: Igreja da Sé
Datas: 12 de Junho


Exposição que reúne uma seleção de quase duzentas sardinhas que participaram no concurso Sardinhas Festas de Lisboa’12
Local: Fundação Millennium BCP - Núcleo Arqueológico, Rua Augusta 
Datas:
aberta ao público até Setembro.


Concerto com Milton Nascimento com participação de Ana Moura, Carminho e António Zambujo, nomes consagrados do panorama musical nacional, para uma noite de partilha entre o ritmo da música popular brasileira e a alma do Fado.
Local: Alameda Dom Afonso Henriques 
Datas:
30 de Junho

Para a programação completa do mês de Junho, poderão verificar o site oficial das Festas de Lisboa’12.
Toca a festejar que Lisboa já cheira a sardinha!

Filmes brasileiros em Portugal - Capitães de Areia

Já passou algum tempo, mas eu quis partilhar com vocês mais um orgulho!

No dia 19 de Abril estreou a nível nacional o filme brasileiro "Capitães de Areia" nas maiores salas de cinema de Portugal.

O filme é de Cecília Amado e foi adaptado da obra literária mundialmente conhecida de seu avô, Jorge Amado.

O mais divertido foi ver os cartazes do filme espalhados por toda a cidade de Lisboa, em outdoors e estações de transportes públicos.

Página do filme "Capitães de Areia" do site dos Cinema Zonlusomundo

Procurei dados sobre os números de espectadores que viram o filme em terras luso, mas infelizmente não encontrei. Entretanto, fiquei muito satisfeito ao ver a quantidade de amigos portugueses que comentaram sobre o filme no Facebook e fizeram críticas positivas.

Concluo também que pelo tempo que o filme esteve em exibição nas salas de cinema, quase dois meses, a aceitação foi boa.

Eu não via um filme brasileiro nas grandes salas de cinema de Portugal desde “Tropa de Elite”, em 2009. Um motivo para nos orgulhar de “Capitães de Areia”, que conquistou o público português.

Trailer:

Roteiro Turístico de Lisboa em 3 dias

sexta-feira, 6 de abril de 2012


Depois de quase cinco anos relatando minhas experiências sobre Portugal, reparei que eu já tinha escrito sobre muitas coisas e lugares em Lisboa, mas eu nunca tinha escrito realmente um roteiro turístico. Então, depois de receber dezenas de amigos e familiares, resolvi partilhar com vocês o meu roteiro pessoal da cidade de Lisboa, com todos os pontos turísticos da cidade.

Preparei um roteiro de 3 dias que permite ver tudo que há de mais interessante a nível turístico da cidade. Mas é claro que você pode adaptá-lo de acordo com o seu tempo de viagem ou interesse. Poderá fazê-lo em um, dois ou até quatro dias.

DIA 1 – CENTRO HISTÓRICO DE LISBOA

(Obs.: Este é o dia com mais lugares para visitar, portanto se tiver mais tempo disponível poderá fazer este percurso em dois dias)

Aconselho começar o passeio pelo Parque Eduardo VII. A maneira mais fácil de chegar ao Parque é saindo na Estação de Metro Marques de Pombal (Linha Azul/Amarela) ou Estação Parque (Linha Azul). Vale a pena subir a colina e chegar até ao cimo do parque para ter uma vista privilegiada do Miradouro sobre toda a cidade de Lisboa. Você conseguirá ver a robusta estátua do Marquês de Pombal (diplomata iluminista responsável pela reconstrução da cidade após o Grande Terremoto de 1755); do lado esquerdo o Castelo de São Jorge; do lado direito o famoso Bairro Alto; e ao fundo o Rio Tejo.


O Parque recebeu este nome em 1903 para homenagear o Rei Eduardo VII do Reino Unido, como forma de celebrar as relações entre os dois países. No miradouro ainda existe o polémico monumento ao 25 de Abril (data do golpe de Estado militar, em 1974, que depôs o regime ditatorial) por ter uma sua estrutura fálica que jorra água para a fonte.

Depois desçam até a rotunda (rotatória) do Marques de Pombal e prepare-se para uma caminhada pela Avenida da Liberdade, a principal da cidade. As calçadas em toda a extensão da avenida são feitas das típicas pedras portuguesas, com desenhos muito bonitos. Na Avenida da Liberdade estão as lojas de grandes marcas como Emporio Armani, Luis Vuitton e tantas outras. O percurso pela Avenida da Liberdade (até a Praça dos Restauradores) tem pouco mais de um quilômetro e é uma caminhada muito agradável. Mas, se você não estiver com disposição ou tempo para andar este pedaço, pode apanhar o metro na estação de Marques de Pombal e descer na estação de Restauradores, ambas na linha azul.

Chegamos assim a Praça dos Restauradores , que tem um grande obelisco erguido para celebrar a libertação de Portugal do domínio espanhol em 1640, daí o nome Restauradores (da Liberdade e da Independência). Nesta praça está também o famoso Hard Rock Café Lisboa, o Antigo Teatro Eden e o Elevador da Glória.


Apanhe o Elevador da Glória, que é um bonde elétrico que faz o trajeto colina a cima, que é muito ingrime, ligando assim a “baixa lisboeta” ao Bairro Alto. O Preço do Bilhete é 3,50 € (ida e volta), mas pode comprar só a ida diretamente dentro do Elevador. Para os mais corajosos e bem dispostos, o trajeto é ingrime, mas é curto, por isso pode-se fazer a pé. Este “elevador” foi construído em 1885 e está funcional até hoje, por isso é uma experiência tipicamente lisboeta.


Saindo do elevador, vire logo à sua direita. Você encontrará o Jardim e Miradouro de São Pedro de Alcântara. Daqui você terá uma vista magnífica sobre a baixa lisboeta e o espaço é excelente para um descanso.


Saindo do miradouro, entre pela rua estreitas logo atrás do Jardim (Travessa da Cara). Bem-vindo ao Bairro Alto, um dos bairros mais antigos de Lisboa.

É aqui o grande point da noite portuguesa, cheio de bares, restaurantes, adegas de vinho e boates (disco). Durante o dia o Bairro Alto é muito parado e você encontrará algumas lojas mais “alternativas”, de roupas, cabeleireiros, cafés e produtos diferentes. A noite, se você tiver ânimo, o Bairro Alto é uma excelente experiência para uma saída. Está sempre lotado, principalmente quando se aproxima o fim-de-semana. Para além disto, o Bairro Alto é um lugar que dá excelentes fotos, pois representa a Lisboa antiga, com os velhos candeeiros na rua, as roupas estendidas do lado de fora das casas e os prédios centenários no meio das suas estreitas ruas de pedra batida.

Dentro do Bairro Alto não há um trajeto certo a seguir. Deixe-se perder. É uma experiência que cada um constrói de acordo com as lojas e espaços que vai encontrando pela frente. Aconselho apenas que siga sempre a descer (pela Rua Atalaia, Rua do Norte, Rua do Diário de Notícias, Rua da Rosa ou Rua das Gáveas). Qualquer uma destas ruas irá levá-lo para “fora” do Bairro Alto diretamente para a Praça Luís de Camões.

É aqui que acontecem eventos publicitários, espaço para manifestações e é o ponto de encontro para os amigos que vão seguir para o Bairro Alto. Para além disto, é aí que está a Consulado brasileiro. Este lugar é excelente para quem gosta de ver e tirar fotos dos típicos bondes eléctricos.


Um quarteirão logo abaixo da Praça de Camões (basta atravessar a rua seguindo o fluxo dos turistas) você encontrará o Largo do Chiado. Um dos espaços mais míticos da cidade de Lisboa. É aqui que encontrarão a estatua do poeta Chiado, homenageado da Praça; a mais famosa cafeteria lisboeta: a Brasileira (fundada em 1905 e que se tronou um cenário intelectual, artístico e literário); e a estátua em bronze do escritor Fernando Pessoa, que era presença constante d’A Brasileira. Neste largo está também a saída do metro “Baixa-Chiado”, que é a estação mais profunda de toda a rede de metro, cerca de 45 metros da superfície (são quatro lances de escadas-rolantes e mais dois lances de escadas normais túnel a baixo).

Continue a descer pela Rua Garrett e na segunda rua logo abaixo do Largo do Chiado vire à esquerda (Calçada do Sacramento). A subida é um pouco ingrime, mas o levará diretamente para o Largo do Carmo. Neste largo estão as ruínas do Convento do Carmo, construído no século XIV, que foi parcialmente destruído pelo Grande Terremoto de 1755 e onde se encontra atualmente o Museu Arqueológico do Carmo.

Siga por uma pequena calçada (passeio) que surge ao lado do convento e que dá acesso ao Elevador de Santa Justa, que liga o Largo do Carmo à Baixa Pombalina. Este Elevador foi inaugurado em 1902 e tem cerca de 30 metros de altura. No alto do Elevador existe um Miradouro fantástico que dá as melhores fotos de toda a Baixa-lisboeta, do Castelo de São Jorge e do Rio Tejo. O Bilhete do elevador de Santa Justa (adquirido a bordo válido até 2 viagens) custa 5,00€ e inclui o acesso ao Miradouro.


Após descer o Elevador você sairá na Rua de Santa Justa. Siga em frente e depois de dois pequenos quarteirões você cruzará com a Rua Augusta, a famosa rua que foi, durante séculos, a principal entrada de Lisboa e tem na sua extremidade o Arco da Rua Augusta. A Rua tem elevada concentração de comércio, com diversas lojas de suveniers e de grandes marcas internacionais.


Vamos virar à esquerda, sentido contrário ao arco, na Rua Augusta em direcção à Praça do Rossio. Esta grande Praça bem no centro da cidade de Lisboa, chama-se na verdade Praça de D. Pedro IV. Este nome é familiar para os brasileiros? É que na verdade D. Pedro IV de Portugal é conhecido no Brasil como D. Pedro I (que assim se intitulou por ser primeiro imperador do Brasil independente). A praça se destaca pelas suas duas grandes fontes de água (uma em casa extremidade), a imponente estátua de D. Pedro IV e pelo seu piso em padrões de ondas feito em pedras portuguesas pretas e brancas. No lado norte da praça fica o imponente Teatro Nacional D. Maria II, que recebeu o nome da filha de D. Pedro.


Ao lado esquerdo do Teatro D. Maria II está a incrível Estação Ferroviária do Rossio. Quem a vê por fora não imagina que lá dentro existem seis linhas de trem (comboio).

De volta a Praça do Rossio, repare que ao atravessar a rua (em frente à saída de metro Rossio) existe uma calçada que atravessa entre os prédios (mesmo ao lado da Pastelaria Suíça). Ao atravessar por este caminho você sairá na Praça da Figueira.


Esta praça já foi um Hospital antes do grande Terremoto e depois albergou um Mercado Municipal. Nos anos 50 deu origem à actual praça da Figueira com a sua estátua negra de D. João I, montado em seu cavalo (local sempre cheio de pombos empoleirados no pedestal da estátua). Em um dos lados desta praça está ainda a Cafetaria Nacional, fundada em 1829 e pertence à mesma família há cinco gerações (até aos dias de hoje), com toda a doçaria tradicional portuguesa. Uma boa experiência gastronómica.

A partir daqui vamos entrar em Alfama (o bairro mais antigo de Lisboa), para chegar ao Castelo de São Jorge. Para isso há 3 hipóteses, que você pode escolher. A primeira é pegar o pequeno ônibus (autocarro) nº 737, que leva-o directamente até ao Castelo e custa 1,75 € (por viagem). A segunda opção é pegar o típico eléctrico nº 12 (E12), também ali na Praça da Figueira, que custa 2,85 € (por viagem) e deixa-o muito próximo do Castelo (basta seguir as placas indicativas). A terceira e última opção é para os mais corajosos que queiram enfrentar a subida do morro a pé e desbravar Alfama em direcção ao Castelo.

Seja qual for a sua escolha, pelo caminho você passará ainda pela Igreja da Sé de Lisboa, mandada construir em 1150. Aqui foi batizado Santo António (o famoso santo casamenteiro). Quem tiver interesse poderá descer e conhecer a Igreja por dentro.


Chegamos ao Castelo de São Jorge. O bilhete normal custa 7,50 €; Estudantes e menores de 25 anos pagam 4 € e crianças até 10 anos não pagam entrada. A vista do alto do Castelo é fantástica e poderá tirar fotos com canhões, estátuas e ter acesso ao alto das torres.


Depois de descer do Castelo de volta para o centro histórico de Lisboa (aconselho fazê-lo a pé e deixar-se “perder” por Alfama) você com certeza sairá pelas ruas que o levarão de volta à Rua Augusta. A partir daqui só falta mais um ponto turístico interessantíssimo da cidade. Desça a Rua Augusta até atravessar o Arco e você sairá na enorme Praça do Comércio, bem a beira do Rio Tejo. Um dos lugares mais bonitos da cidade.

Termina aqui o 1º dia de passeio (ou dos dois primeiros dias, caso você tenha tempo para fazer tudo com mais calma)!

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DIA 2 – BELÉM

Para chegar em Belém você poderá pegar o Eléctrico nº 15 na Praça do Comércio (ou na Praça da Figueira) e descer na paragem “Belém”, que custa 2,85 € (por viagem). Outra alternativa é apanhar o trem (comboio) na Estação de Cais do Sodré e descer na Estação de Belém.

Em qualquer uma das opções você sairá em frente à Praça Afonso de Albuquerque, onde está situado o Palácio Nacional de Belém, a residência oficial do Presidente da República Portuguesa. Caso você goste de história e política, poderá visitar o Museu e o próprio Palácio de Belém, o bilhete custa 5,00€ e há descontos para estudantes e grupos.


Se você está afim de visitar alguns museus bacanas, do lado direito do Palácio de Belém, está situado o Museu Nacional dos Coches, onde estão as antigas carruagens das famílias reais portuguesa e de outras personalidades, como a carruagem do Papa. Este é o museu mais visitado de Portugal e custa 5,00€, mas há descontos para estudantes e jovens.


Saindo do museu, siga pela Rua Belém, passando novamente em frente ao Palácio da presidência. Você andará pouco mais de 100 m e provavelmente verá uma enorme fila no meio da calçada. Pode ter a certeza que você chegou na famosa Pastelaria de Belém, que vende os famosos, típicos e únicos Pastéis de Belém. Sem dúvida, o doce mais famoso português, produzido pela mesma família (geração a geração) e no mesmo local desde 1837. Dentro da Pastelaria você poderá ver a fabricação do produto através de uma parede de vidro, mas existe uma porta fechada à sete chaves chamada “A Oficina do Segredo” onde está guardada a antiga receita secreta da confecção e preparação dos verdadeiros Pastéis de Belém. Actualmente, apenas três mestres pasteleiros da Oficina do Segredo são detentores da receita e assinam um termo de responsabilidade e fazem um juramento em como se comprometem a não divulgar a receita. Cada pastel custa cerca de 1 €.



Seguindo em frente, pela rua que o levou à pastelaria, você já verá o imponente Mosteiro dos Jerónimos. A arquitetura manuelina do Mosteiro merece muitas fotos. A entrada na Igreja é gratuita e para além de ser belíssima, você poderá ver lá dentro os túmulos de Vasco da Gama, Luís Vaz de Camões e de outros reis e rainhas portugueses. Ainda no Mosteiro, você poderá visitar o antigo Claustro dos Jerónimos e ter acesso ao bonito jardim, salas e ao coro alto da Igreja. O bilhete para acesso ao Claustro custa 7 € (com descontos para estudantes e jovens) ou poderá ser comprado juntamente com o bilhete para a Torre de Belém (que visitaremos mais a frente) por 10 €. Obs. Dentro do calustro está também o túmulo de escritor Fernando Pessoa.


Em frente ao Mosteiro está a fantástica Praça do Império, um jardim muito bonito e cuidado, com uma enorme fonte, e também o Centro Cultural de Belém, onde acontecem eventos artísticos e culturais. Na extremidade da Praça você entrará uma escadaria para um túnel que passa por baixo da movimentada avenida e da linha do trem (comboio) e permite-lhe chegar até o Padrão do Descobrimentos. Este monumento foi inaugurado em 1960 para homenagear os elementos envolvidos no processo dos Descobrimentos portugueses. O preço de ingresso no Padrão é de 3,00 € e permite o visitante subir de elevador até ao topo do monumento, a 50 metros de altura, e ter uma vista fantástica de Belém, da Ponte 25 de Abril e do Rio Tejo.


Em frente ao Padrão dos Descobrimentos existe uma rosa-dos-ventos de 50 metros de diâmetro, desenhada no chão, uma oferta da África do Sul em 1960. Local sempre cheio de turistas tirando fotos em cima dos seus países de origem.


Continue a caminhar pela avenida principal, beira-rio, até chegar ao enorme jardim, um pouco mais a frente, onde a Torre de Belém foi construída dentro do rio Tejo. Uma caminhada de cerca de dez minutos. A Torre foi concluída em 1520 e era utilizada como um forte de vigia que impedia que embarcações não autorizadas entrassem na cidade de Lisboa. O bilhete individual custa 5 €, mas como já foi dito, pode ser comprado juntamente com a entrada do mosteiro, fazendo assim uma boa economia.

E aqui termina aqui o 2º dia! Se sobrar tempo ainda pode voltar até a Pastelaria e comer mais uns Pastéis de Belém.


DIA 3 – PARQUE DAS NAÇÕES (EXPO)

O Parque das Nações é o actual nome da região onde houve a grande Exposição Mundial de 1998. Tudo o que se vê no Parque das Nações foi construído de propósito para a realização da Expo 98, criando assim uma Lisboa moderna e que contrasta totalmente com o turismo das zonas históricas da cidade. A sua arquitectura contemporânea, os espaços de convívio e todo o projecto de urbanização e requalificação urbana trouxeram nova dinâmica à zona oriental da cidade de Lisboa que, em 1990, ainda era uma zona industrial.

Então aconselho começar o passeio saindo na Estação de Metro “Oriente” (Linha Vermelha). Quando sair, logo você irá se deparar com a magnífica estação Gare do Oriente (que abriga o metro, a rodoviária, a estação ferroviária e pontos de táxi).

E frente a estação está o Centro Comercial Vasco da Gama (Shopping), que também tem uma arquitetura muito bonita, simbolizando um barco de Cruzeiro (as velas do barco são as Torres Gêmeas habitacionais ao lado do shopping).

Atravessando por dentro do Centro Comercial, você vai sair em um parque com as bandeiras de todos os países do mundo hasteadas (Parque das Nações). Siga em frente sentido ao Rio Tejo. À beira–rio você terá uma excelente vista da Ponte Vasco da Gama e da Torre Vasco da Gama.


Siga pela direita, à beira-rio, você poderá andar por um deck de madeira sobre o rio Tejo. Você verá, à sua direita, um grande prédio quadrado com designer futurista (cheio de antenas e para-raios no topo), este é o Oceanário de Lisboa . O preço do bilhete é de 13,00€, mas a experiência vale a pena. O oceanário tem um aquário central gigantesco com espécies de vidas marinhas dos cinco oceanos, vivendo harmonicamente. Há ainda cenários que reproduzem na perfeição uma mata tropical e um ambiente ártico (com os animais específicos destes regiões).


É também no Parque das Nações que está o Casino Lisboa, o mais famoso da cidade.


Aconselho ainda dar uma volta no Teleférico da Expo (Telecabine) sobre o rio Tejo, e que atravessa o Parque das Nações de uma ponta a outra, com uma magnífica vista panorâmica lá do alto, por um percurso de quase um quilômetro, que custa cerca de 6,00 € (ida e volta).


Ainda há tempo de andar pelo parque e descobrir todas as artes urbanas espalhadas por toda a zona da Expo e dos seus vários Pavilhões de eventos e de cultura.

Ver mapa maior

E enfim termina aqui o 3º dia de passeio por Lisboa!


Espero que tenham gostado da proposta e garanto a todos que os percursos sugeridos englobam praticamente todos os pontos turísticos emblemáticos da capital portuguesa!

Bom passeio!

Bilhão ou Mil Milhões? As diferenças do português

sábado, 10 de março de 2012


Que existem diferenças gramaticais e linguísticas entre o português luso e brasileiro todo mundo já sabe. Mas você sabia que a forma de contar números é diferente entre os países?

Calma! A não ser que você tenha muitos e muitos dígitos na sua conta bancária, não precisa se preocupar. A diferença está na verdade na nomenclatura de grandes números, mas que pode gerar algumas confusões, por exemplo, quando se assisti o telejornal.

Para explicar esta diferença simples, mas confusa, responda esta conta:

999 milhões + 1 milhão

No Brasil a resposta é um bilhão, enquanto que em Portugal é mil milhões. Ambos os resultados representam o mesmo número (1.000.000.000 ou 109) e aí está a primeira diferença.

Seguindo esta lógica, se acrescentarmos mais um zero (ou seja 1010) passamos a ter, no Brasil, dez bilhões e em Portugal, dez mil milhões. Depois, 1011, no Brasil, cem bilhões e em Portugal, cem mil milhões.

E quando chegamos ao 1012, o que acontece? A nomenclatura muda novamente!

No Brasil chega-se, portanto, ao Trilhão, enquanto que só agora, na nomenclatura luso chega-se o Bilhão (ou Bilião).

Vejam por exemplo esta notícia de um site português:

(lê-se cento e setenta e um mil milhões)

No Brasil esta mesma manchete seria: PIB equivalente a 171 bilhões.

Portanto, quando ganharem na loteria já sabem quanto dinheiro têm realmente no Brasil e em Portugal.

Michel Teló em Portugal

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Que a música “Ai se eu te pego” já virou um hit mundial, todo mundo sabe!

Multiplicam-se no youtube paródias e versões internacionais da música interpretada por Michel Teló.

Eis que hoje, ao ligar a televisão na SIC, canal português, olha lá quem estava cantando no programa “Boa Tarde”. Ok, ok… não era cantando!

Na verdade era um playback daqueles bem grandes, de um show ao vivo que não enquadrava nada em um estúdio com pouco mais de 30 pessoas! Mas pronto…

OBS: reparem bem para a senhora da linguagem gestual (libras no Brasil). A senhora descobriu um next level da coreografia de "Ai se eu te pego".



O que interessa é que o Michel Teló começa a descobrir algo que eu descobri há alguns anos: o Euro!

O cantor vai começar a sua tourné pela Europa já com dois shows em Portugal e segue viagem pelo velho continente.

Prova que, por mais contestado que seja, o cantor “nos pegou… ai ai nos pegou”

O fenómeno chamado Tia Branca

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Já algumas vezes aqui no blog referenciei um choque existente entre a cultura brasileira e portuguesa no que toca a expressividade sexual.

Quase 40 anos sob a ditadura de Salazar, que pregava a unidade familiar, a moral, bons costumes e a submissão feminina (e ainda alguns fantasmas que as vezes assombram), fizeram com que os portugueses de um modo geral se fechassem, principalmente em assuntos tabus, como o sexo.

Por outro lado, estamos nós, os brasileiros de modo geral, celebrando culto ao corpo (está aí o carnaval que não me deixa mentir), ao prazer e porque não dizer, à felicidade!

Por isso, depois de alguns anos a viver em Portugal, fiquei surpreso com um novo fenómeno na televisão (e internet) portuguesa: A Tia Branca!

Tia Branca (uma personagem fictícia) é uma sexóloga que conduz um programa sobre dicas sexuais (o “Sex…ual”), de uma forma, digamos… sem medos, usando jargões escachados e que jamais poderíamos imaginar serem vistos na televisão, muito menos na portuguesa.

Do alto da sua bicicleta de ginásio ou a esmurrar o saco de areia, Tia Branca atende as ligações com as dúvidas e pedidos de conselhos sexuais dos telespectadores. E a cada programa as chamadas tornam-se mais surpreendentes e engraçadas. São pérolas e pérolas a cada nova chamada. É ver para crer:



O programa Sex…ual é transmitido pelo canal Regiões TV (RTV), de pouca expressividade em Portugal, mas que está conquistando o publico jovem na TV a cabo e na internet. Afinal os vídeos da Tia Branca já ultrapassaram a barreira das 500 mil exibições no Youtube, números consideravelmente grandes para as dimensões de Portugal.

E porque a Tia Branca merece um espaço especial no meu blog? Primeiro pela ousadia de colocar no ar um programa que enfrenta os tabus da sociedade portuguesa. Segundo por usar uma ferramenta fantástica chamada interactividade.

É possível sugerir, criticar, opinar e contactar directamente com a Tia Branca através da sua Página no Facebook ou no Twitter. E o melhor? A Tia Branca se preocupa em responder um a um dos seus telespectadores/internautas.

E para aqueles que acompanham o seu trabalho desde o início, a Tia Branca as vezes reserva uma surpresa. Para mim a surpresa foi mundo grande, com direito aos parabéns pelo meu aniversário, directamente do Sex…ual. Vejam, a partir dos 0:48



Sex…ual
Sábados à meia-noite
No Canal 193 da Zon ou em directo pelo http://www.rtv.com.pt/
Vídeos disponíveis pelo Youtube Chanel: http://www.youtube.com/user/RegioesTv