Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa: balelas e vantagens

sábado, 4 de outubro de 2008

Enfim, foi assinado o acordo ortográfico entre os países de língua portuguesa, a terceira mais falada no mundo.

O acordo tem como base a “unificação do idioma nos oito países em que se fala português — Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Brasil e Portugal —, provocando, assim, uma maior integração entre essas culturas”.


Acho que a o acordo ortográfico vêm simplificar a escrita na língua portuguesa, que por sinal é considerada, por diversos estudiosos, como uma das mais complexas, devida suas inúmeras regras gramaticais.

Mas, não venham me dizer que o acordo irá gerar uma integração cultural entre os países!

O que causa essa “desintegração” não é exatamente a forma como se escreve e sim os significados que as palavras vão ganhando em cada um dos países em que o português é falado.

Isso pode ser percebido pelo post que criei nesse blog chamado “Dicionário Português-Português”, que mostro as diferenças de palavras utilizadas no cotidiano do Brasil e Portugal.

De acordo com dados da Academia Brasileira de Letras (ABL), 0,45% das palavras brasileiras sofrerão alterações. Já em Portugal haverá mudanças em 1,6% dos vocábulos.

Aqui em Portugal palavras como óptimo e acto, terão essas letras P e C excluídas. Nesse sentido, pessoas que escrevem para públicos luso-brasileiros vão ter uma certa facilidade.

Tenho um colega de faculdade, brasileiro, chamado Lucas Sampaio que escreve no blog Repórter de Bigode. Para “driblar” essa dificuldade na diferença da escrita ele costuma escrever da seguinte forma: fa(c)to, ó(p)timo etc. Agora o problema está resolvido!

E se você está perdido e não sabe o que vai mudar ou o que vai ser abolido, o IG Educação fez uma animação que você tem acesso a todas as mudanças, em cada um dos países, do acordo ortográfico da língua portuguesa.

Ainda de acordo com a ABL as regras entram em vigor a partir de 2009 e só serão obrigatórias para documentos do governo e na mídia.

Só a partir de 2012 é que todos nós teremos de escrever da forma como manda o acordo.

Mas, vale ir se adaptando!

Muito prazer, “Magalhães”!

Magalhães, esse sobrenome tão característico de Portugal, foi escolhido para nomear o novo projeto de expansão e acessibilidade tecnológica no país.

O Governo português fez um acordo com a Microsoft, Intel e várias companhias de telefonia móvel para levar computadores portáteis (notebooks) a mais de 500 mil alunos na rede de ensino pública.

Os computadores sairão a preços muito acessíveis, por volta de 50 € (cerca de R$ 125). Dependendo dos casos podem ser gratuitos se o estudante comprovar a carência familiar.

A Intel fabricará os computadores, a Microsoft entrará com o pacote completo de softwares e as companhias de celulares, como exemplo a TMN e Optimus, disponibilizará o acesso à internet móvel. O Governo fará a distribuição, do que eles chamam de “Movimento de modernização”.

Durante uma entrevista o Primeiro-ministro português, José Sócrates, declarou:

“Queremos que a escola pública portuguesa esteja na frente destas mudanças tecnológicas do mundo e o Magalhães é o produto de modernização do país”.

Pronto! É claro que a tecnologia ao alcance de todos ajuda o desenvolvimento do país. No entanto, afirmar que o Magalhães trará a modernização, já é demais.

O senhor Primeiro-ministro esquece que o incentivo a educação é essencial. Os jornais estão sempre cheios de notícias de falta de investimento na área.

Milhares de professores passaram em concurso e nunca foram chamados para lecionar. Salas de aula abarrotadas de alunos. Casos de agressões físicas e verbais aos professores. E para piorar, um programa de educação “camuflado” para aprovar alunos reprovados (já que aluno reprovado dá prejuízo ao governo).

Nesse artigo não vou sequer levar em conta o fato da comissão que o governo deve estar levando para publicitar o novo produto da Microsoft e Intel.

Agora o Primeiro-ministro vai te que criar uma lei para incentivo aos estudos, pois, com o Magalhães já imagino a cena: os alunos na sala de aula com computadores portáteis na internet usando os MSN’s, Orkut’s e Hi5’s enquanto o professor se desespera tentando dar uma aula.

Sem dúvida, daqui a alguns anos esse símbolo será o novo adesivo fixado em todas as salas de aula! Isso me fez lembrar o boom dos celulares anos atrás.

E salve a inclusão digital a qualquer custo e em qualquer lugar!


Crédito das fotos: http://www.allissonpaixao.blogger.com.br/ http://www.agencialusa.com.br