Sequestro em banco português - Uma visão sobre violência Brasil-Portugal

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Para nós brasileiros, assaltos a bancos, sequestros e violências desse tipo são fatos rotineiros na mídia. Mas para a imprensa portuguesa não.

Na tarde de ontem, os canais de TV portugueses e muitas emissoras de rádio pararam sua programação para transmitir ao vivo (em directo, em Portugal) uma tentativa de roubo seguida de sequestro em uma agência do Banco Espírito Santo, em Lisboa.

Pouco mais das 15 horas, dois homens entraram na agência armados e tentaram levar o dinheiro. Como a polícia foi alertada rapidamente, os assaltantes acabaram fazendo dois funcionários do banco como reféns.

Como se não bastasse a “boa” fama que os brasileiros têm em Portugal, adivinha qual era a nacionalidade dos rapazes? Isso mesmo, dois brasileiros, um de 25 e outro de 35 anos.

Hoje, já tive a ouvir críticas do tipo “bem que eu falo que brasileiros não prestam” ou então “não basta o país deles ser violento, agora vem estragar o nosso”.

Confesso que ouvir essa generalização sobre os brasileiros me incomoda. Mas é como dizem, os inocentes pagam pelos pecadores.

Mas sempre tenho respostas para os portugueses que vêm me perturbar com isso:

“Não se esqueça que os portugueses são o povo da Europa que mais imigram e se hoje estamos vindo para cá é porque vocês um dia foram para o Brasil”.

Mas voltando ao assalto ao banco, eram 23h23, cerca de oito horas depois do início do assalto, os sequestradores não se entendiam com os negociadores e a polícia recebeu a ordem de abater os homens devido ao risco de vida dos reféns.

Mesmo os reféns tento armas apontadas para suas cabeças, snipers da PSP (Polícia de Segurança Pública-Portugal) atiraram nos sequestradores.

Tudo foi transmitido ao vivo pelas emissoras portuguesas. Já disponibilizo um dos vídeos do canal RTP1, do momento em que a polícia efetuou os disparos.

Um dos assaltantes foi morto. O outro, gravemente ferido, foi encaminhado para o Hospital São José. Os reféns não tiveram ferimentos graves e passam bem.

Agora é esperar pelas discussões sobre os que pensam “tinham mesmo era que morrer” e os que acham que “a polícia se precipitou”.