25 de Abril - Um grito de liberdade

terça-feira, 27 de abril de 2010

No dia 25 de Abril, Portugal comemorou 36 anos de liberdade democrática. A derrubada da ditadura portuguesa, que perdurou por mais de 40 anos, é muito comemorada por terra lusa e com razão. Afinal, as censuras e intolerâncias do Governo de António Salazar eram tão rígidas e severas que ainda hoje os portugueses sofrem com os fantasmas deste período. Um passado que não é, e nem deve, ser esquecido.

O golpe de Estado que derrubou a ditadura portuguesa chamou-se “Revolução dos Cravos”. As forças armadas se revoltaram contra o governo ditatorial e saíram em marcha pelas ruas de Lisboa. O grande facto é que não houve derramamento de sangue e o governo não apresentou grande resistência ao golpe.

Diz a história que, durante a marcha dos militares, uma senhora que vendia flores colocou um cravo vermelho no cano da arma de um soldado de forma a mostrar a carácter pacífico do movimento e começou a distribuir os cravos para os demais soldados. E desde então o cravo vermelho é o símbolo desta revolução e da democracia portuguesa.

E eu, como não poderia deixar de ser, fui aproveitar o feriado de 25 de Abril para conferir o que estava preparado para este dia de comemorações. Fui directo para Belém, onde está o Palácio Presidencial. O dia estava muito ensolarado, e após um longo período de frio e inverno, os jardins de Belém estavam cheios de pessoas fazendo piqueniques, andando com os filhos ou simplesmente sentados no gramado [relvado] a aproveitar o dia.

Os portões do Palácio Presidencial estavam abertos para quem quisesse entrar e mergulhar num mundo de história e lembranças que era mostrado pelas exposições e concertos musicais que aconteciam a todo o momento.

Agradecimentos especiais a Catarina Rolim que gentilmente, mesmo se saber, forneceu a foto e a ideia para este artigo. Na foto a própria, e bela, Catarina ao lado dos cravos vermelhos em frente o Palácio Presidencial.

Por todos os lados só se viam pessoas, turistas e famílias com cravos nas mãos ou com roupas vermelhas para celebrar este importante dia. Havia também vários grupos a tocar músicas que marcaram a revolução. O ambiente estava completamente festivo com os enormes jardins cheios de pessoas a se divertir e a sorrir. Percebi que a essência da liberdade estava ali celebrada, diferente do período conturbado da ditadura.

Páscoa cá, Páscoa lá!

domingo, 4 de abril de 2010

Quando se vive em outro país é interessante ver a diferença cultural na comemoração de grandes datas. Hoje, por exemplo, é domingo de Páscoa.

No Brasil, a grande tradição são os ovos de Páscoa. São tantas variedades, marcas, tamanho e cores de ovos de chocolate que mal se consegue contar. Os supermercados ficam abarrotados de ovos por todos os lados, inclusive no tecto e nas paredes, como na foto ao lado.

Lembro-me que no domingo de Páscoa no Brasil eu acordava de manhã e já encontrava uma cesta com vários ovos de chocolate e bombons. E era essa a tradição de presentear a família e os amigos com um belo ovo de chocolate. E dá-lhe espinhas [borbulhas] na segunda-feira pós Páscoa.

O ovo simboliza o nascimento, a vida, o ressurgimento de Cristo e é um símbolo desde a Antiguidade, época em que já era costume presentear as pessoas, por ocasião da Páscoa, com ovos enfeitados e coloridos. O ovo de chocolate é, portanto, o símbolo da vida.

Cá em Portugal os ovos de Páscoa são substituídos pelas amêndoas, que até lembram ovinhos pequenos. A variedade também é enorme, cobertas de açúcar ou chocolate. O interessante é que nos comércios as amêndoas são oferecidas aos clientes e também há troca de amêndoas entre familiares e amigos. Claro que se encontram ovos de chocolate nos mercados por cá, mas para além de caros não são tradicionais.

Mas em Portugal e no Brasil ele reina absoluto, o maior símbolo da Páscoa: o coelho! E espero que ele traga para todos vocês muitos ovos ou amêndoas, mas principalmente muita saúde!

FELIZ PÁSCOA!